Julieta já não não consegue pregar olho... o rendimento no trabalho já não é o mesmo e o apetite anda esquecido entre os olhares do professor e os sms's trocados pela madrugada fora.
Ansiosa pela próxima aula a romântica prepara- se para dar mais um passo em direcção à peça de olaria que tem vindo a moldar... inconsciente dos perigos que aquela peça pode representar para o seu coração frágil de menina crente.
O molde não é o que previra nos seus sonhos.... é mais rude e menos redondo com pontas afiadas que perfuram os seus sentimentos puros, mas nem por isso castos!
Sai desiludida e chorosa de mais uma lição que não correu como esperava! Acredita que tem que se empenhar mais para construir o seu sonho... será aquela peça que não corresponde aos seus anseios ou estará enganada no método...
Conformada com a desilusão é surprendida por mais um contacto inesperado! Prepara- se para deliniar os contornos da peça e começar a dar- lhe forma.
O professor chanfrado aperta o cerco e deixa a míuda no ponto de não retorno... ou fazemos o pote ou ficamos por aqui!
A romântica acredita que pode moldar o pote ao jeito do professor e depois decorá- lo ao seu jeito! Então encontram- se na oficina, fechados, sós e rodeados de peças que inspiram confiança e convidam à confecção!
E lá vão, sem medos entregam- se à arte da olaria pela noite dentro...
Durante os dias seguintes não dão sinais de vida... a peça está no forno e dentro de pouco tempo estará pronta para ser decorada... mas quem será o decorador de serviço? A romântica que procura cores quentes ou o professor que só tem tintas ásperas e secas?
Enquanto espera pela cozedura do pote, Julieta interroga- se: Devo fazer uma colecção ou ficar por aqui?
Conclui que aquele pote ficou simpático mas há oleiros menos perigosos, mais calorosos e dispostos a ensinar a arte da olaria com o compromisso que o barro exige...
quinta-feira, junho 16, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário