sexta-feira, junho 24, 2005

Bang Bang

Análise do poema (revivendo as aulas de português no secundário) - inspiração: Bang bang, Nancy Sinatra

Tendo como pano de fundo essa "ganda malha" (é mesmo!) que ouvi pela 1ª vez no Kill Bill, estou rendida à evidência do significado implícito naquela canção: bang bang só pode estar a falar da relação entre mottards e mona em Portugal! Como é que a Nancy sabia que era tão problemática desconheço, mas lá que tocou com o dedo na ferida... ai, lá isso tocou!!!

Ora, de olhos postos na letra...
I was five and he was six
We rode on horses made of sticks - está claramente a falar dos motociclos, a alusão aos cavalos remete para isso mesmo: a potência da motita- regra geral a dos xibos é um bocadinho inferior, um bocadinho assim: ao dizer isto olho para a distância entre o indicador e o polegar da mão esquerda, desenhando um C

He wore black and I wore white
He would always win the fight- lá está!! A mona anda de azul e o motoqueiro sempre de preto (se fôr pés para a frente) ou com muita cor (se fôr do cross ou da estrada- raça hehe); logo existe aqui o contraste de cores!! Ele ganha sempre, só vem validar a minha tese... obviamente depois da coima aplicada não há nada a fazer, a não ser abrir os cordões à bolsa!

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down - o refrão é claro como água... fala das marteladas aplicadas ao motociclista (acho graça a esta palavra) e de como ele fica abatido e na falência depois de as regularizar todas! Bang bang não tem selo... Bang bang não tem espelhos... Bang bang a matrícula não está homologada... Bang bang o escape faz muito barulho... Bang bang: toma lá a receitinha!!!

Seasons came and changed the time
When I grew up, I called him mine- mais uma referência objectiva, porque antigamente era mais fácil "dar la fugue"... eles andam aí como loucos à caça do mottard acelera e sempre a apreender os veículos alheios; o que eles querem na verdade, é conduzir uma mota a sério!! Ah, pois é!!!

He would always laugh and say
"Remember when we used to play?" - aqui Nancy fala do sorriso cínico da mona quando diz "Vou ter que o autuar" e então vem o rol de infracções:

Bang bang, I shot you down
Bang bang, you hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, I used to shoot you down- ora então, vamos lá ver: Bang bang os pneumáticos... Bang bang não tem piscas... Bang bang vinha a ultrapassar numa zona de linha longitudinal contínua... Bang bang deu uma rateirada e assustou- me... Bang bang: toma lá a receitinha!

Music played and people sang
Just for me the church bells rang- nestes versos a autora refere- se à música que o motoqueiro tenta dar aos xibos para evitar a multa, mas só ele é que ouve essas suas palavras, visto que o cabeçudo já está de caneta em punho a escrevinhar os dados da infracção e a escolher a sanção mais pesada!

Now he's gone. I don't know why
And till this day, sometimes I cry- aqui está, evidentemente, a menção ao desespero do mottard ao olhar para a multa que tem a pagar e para a possibilidade de ter que entregar a carta de condução... não é que ele chore, pelo menos não em frente ao xibo (para não lhe dar esse gostinho!)

He didn't even say goodbye
He didn't take the time to lie- esta é a parte em que motoqueiro indomável arranca a fundo (que é como quem diz de punho enrolado - ouvi isto uma vez na RTP2 numa corrida de Moto GP e nunca mais me esqueci do comentador a traduzir o significado da expressão) debaixo das barbas da mona...

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down

Em jeito de conclusão: Bang bang estamos na época das concentrações... agora é só facturar!!!

Trouxe esta canção porque é realmente um espanto, quer na versão original (muito enigmática e envolvente), quer na versão Radio Slave ou Audio Bullys! Oiçam, vão gostar!!! Vão por mim que eu não vos engano...

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