terça-feira, julho 12, 2005

Informação>Motivação>Produtividade

A pedido de várias famílias (ou de nenhuma em concreto) decidi trazer a lume alguns conceitos básicos acerca da relação entre empregado e empregador... acredito que andam por aí alguns patrões muito equivocados nesta matéria e desta forma, estão a fazer tudo ao contrário e a semear algo que não pretendem colher no futuro- o fim da empresa como a conhecem!

O mundo do trabalho está a mudar comportamentos e filosofias (e a mudança já não é de agora) porque as estratégias não são definitivas e têm que ser adaptadas às condições de mercado. O conceito de trabalho seguro há muito que deixou de fazer sentido e de ter aplicação prática: já não há emprego para toda a vida! As alterações estão aí e exigem outras políticas ao nível da carreira e da própria estrutura organizacional da empresa... não havendo uma cultura de informação para com os funcionários face a estas mudanças, estes sentem- se perdidos e desmotivados... não há nada pior para a empresa que funcionários desmotivados que levam os outros a reboque da desmotivação!

Saibam, senhores empregadores, que a motivação não depende apenas do ordenado... esta é, na verdade, uma motivação primária dentro da escala, mas existem outras como as motivações físicas (relacionadas com o ambiente de trabalho: decoração, calor ou frio, etc) ou psicológicas (laços de amizade dentro da empresa, reconhecimento do trabalho, bom ambiente entre colegas...)! Quer isto dizer que se os senhores empregadores não podem aumentar salários (pelos motivos sobejamente conhecidos como a crise ou simplesmente por serem sovinas), podem contribuir com outros factores para manter o espírito de equipa e tudo a funcionar nos eixos, e não fora deles como se tem visto... perde- se o equilíbrio e acaba por se dar o descarrilamento!

Longe vão os anos 40, altura em que o único objectivo da informação interna era entreter ou distrair os trabalhadores... várias etapas foram ultrapassadas entretanto como a comunicação só de uma via, o modelo bidireccional assimétrico (em que se reconhecia o direito à resposta do trabalhador estando este num patamar inferior) até chegarmos ao modelo bidireccional simétrico, onde as empresas se ajustam aos seus públicos e mercados, e reconhecem o poder da comunicação na produtividade e como forma de motivar e satisfazer os empregados! (Como vêem, tenho a lição estudada)

É dado adquirido que a satisfação no trabalho é tanto maior, quanto maior/ melhor for a comunicação. Em jeito de conclusão ficam algumas dicas (não de minha autoria, mas de teóricos da matéria) acerca das metas que a empresa deve alcançar nas relações com os empregados:

1. estabelecer relações de confiança e credibilidade entre empregador e empregado
2. fazer a informação circular livremente (e que esta informação seja franca)
3. manter um clima de confiança no futuro
4. criar condições de trabalho saudável
5. responder a toda a informação e solicitação vinda dos empregados
6. promover a participação dos trabalhadores a todos os níveis
7. zelar pela continuidade do trabalho

Pelo que me foi dado a conhecer pelas famílias que solicitaram ardentemente este tema, andam por aí uns empresários que se julgam como tal, mas que afinal são apenas patrões que tiveram a sorte de investir no negócio certo no momento certo (pensam que estão ainda nos anos 40?). Parece- me, na minha santa ignorância, que a manter- se este estado de coisas, a médio prazo, deixarão de ser patrões passando ao ser reformados! Até lá, continuarão a substituir velhos empregados (não na idade mas no tempo de casa) por novos, que a seu tempo também se deixarão apanhar na rede da desmotivação e assim sucessivamente até... não se sabe quando!

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