Temos desenvolvimentos quanto à nova sinalização vertical inserida no código da estrada... há dias falei- vos de um sinal circular, azul com o símbolo de uma buzina ao centro, tendo escrito por baixo "frente ao nº 147"... se bem se lembram da minha analogia, significa buzinar quando passar em frente à porta nº 147 (a minha; daí que todos apitem quando passam)!
Hoje percebi que existe uma outra versão do dito sinal apenas com uma alteração no texto "quando passar pelo bólide de Star * Dust"... o que justifica umas quantas buzinadelas para as quais ainda não tinha encontrado motivo aparente, passo a exemplificar: (Podem saltar os próximos 3 parágrafos sem perder o fio à meada)
Desço a Calçada de Carriche na faixa da esquerda (excedendo claramente o limite de velocidade no local que, se não me engano, é de 50 km/h... logo, facilmente excedível, não é preciso ser nenhum Fitipaldi)... o semáforo muda para aquela cor alaranjada, olho pelo retrovisor e vejo que não vem ninguém demasiado próximo com a severa intenção de queimar o vermelho (e não vinha ninguém, mesmo!); foi daquelas vezes em que nem sequer hesitei... "vou mesmo começar a travar em vez de acelerar como é hábito" pensei para comigo!
Vem de lá um tipo (não o Fiat mas um sujeito) embalado na faixa da direita, que não só passa o vermelho ( mesmo vermelho vivo) como buzina para mim...! Provavelmente estava aflito para fazer um chichi simpático, ou então viu o tal sinal novo e reconheceu- me de imediato!
Now what? Vão dizer- me que devia ter passado o vermelho? Já o fiz... naquelas situações em que reparei que o senhor não iria conseguir parar atrás de mim, mas antes contra mim... mas neste caso... nem sei de onde ele apareceu...hum, não me parece! Aquela buzinadela furiosa só pode dever- se ao sinal novo!
Estou extremamente curiosa por saber qual será o próximo local onde vai ser obrigatório buzinar! Amigos preparem- se porque a fanfarra vai andar connosco!
Já estou a ver as próximas placas: "no café onde Star * Dust se encontra", "no local de trabalho de Star * Dust", "frente à casa dos amigos de Star* Dust"; "frente à casa dos leitores das *linhas de Star * Dust"...
Ah, pois é!
quarta-feira, agosto 31, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
Cortina para mundo
Depois de avançados cálculos matemáticos e de uma engenhosa e pormenorizada análise aos artigos disponíveis em diversos estabelecimentos comerciais, decidi finalmente quais os cortinados indicados para a sala!
Escolher os cortinados é muito mais do que uma questão de decoração, é matéria para profunda e exaustiva reflexão... é o que tenho feito nos últimos 8 meses; não foi simplesmente o factor mandriice o que originou a delonga. Foram longas as horas de meditação para escolher o artigo mais indicado: as cores, os padrões, as alsas ou ilhoses, o varão, os suportes, os terminais! Há muito em torno de um mero cortinado!
É ele que nos confere a desejada privacidade quando abrimos as portadas para deixar entrar a luz do dia... ora deixar entrar a luz implica deixar entrar olhares curiosos que nos impedem de circular no ninho com o mínimo de vestuário possível quando o calor aperta... a não ser que tenhamos o tão famigerado cortinado!
Melhor ainda quando nos permite continuar a ver a rua sem deixar que a rua nos veja... sei que isto parece obsessão; a maioria dos transeuntes que circula não está minimamente preocupada em levantar a cabeça para descortinar o que se passa cá em casa, mas quando entro no meu porto seguro gosto de deixar o mundo lá fora e a ausência de uma cortina para esse mundo estava a deixar- me com verdadeiros acessos de pânico!
Escolher os cortinados é muito mais do que uma questão de decoração, é matéria para profunda e exaustiva reflexão... é o que tenho feito nos últimos 8 meses; não foi simplesmente o factor mandriice o que originou a delonga. Foram longas as horas de meditação para escolher o artigo mais indicado: as cores, os padrões, as alsas ou ilhoses, o varão, os suportes, os terminais! Há muito em torno de um mero cortinado!
É ele que nos confere a desejada privacidade quando abrimos as portadas para deixar entrar a luz do dia... ora deixar entrar a luz implica deixar entrar olhares curiosos que nos impedem de circular no ninho com o mínimo de vestuário possível quando o calor aperta... a não ser que tenhamos o tão famigerado cortinado!
Melhor ainda quando nos permite continuar a ver a rua sem deixar que a rua nos veja... sei que isto parece obsessão; a maioria dos transeuntes que circula não está minimamente preocupada em levantar a cabeça para descortinar o que se passa cá em casa, mas quando entro no meu porto seguro gosto de deixar o mundo lá fora e a ausência de uma cortina para esse mundo estava a deixar- me com verdadeiros acessos de pânico!
segunda-feira, agosto 29, 2005
Buzina no 147
Hoje acordei com a refulgente sensação de que foi acrescentada uma alteração ao código da estrada... foi inserido um novo elemento na família da sinalização vertical... é redondo e azul com o símbolo de uma buzina ao centro, por baixo tem escrito: frente ao nº147.
O significado só podia ser um: obrigatório buzinar quando passar em frente ao nº 147... obviamente que é o nº da minha porta (claro, tinha que ser eu); só esta alteração ao código da estrada pode justificar que 90% da população cá da terra apite ao passar em frente à minha casa, independentemente da hora do dia ou da noite!
Quando não apitam (sabe- se lá porquê, já devem ter queimado a buzina!) fazem questão de assinalar a sua passagem frente à minha porta, com uma estridente travagem ou um louco rugido- característica dos "Tunned Cars" cá do sítio!
E se eu mudasse o nº nas placas da porta... ou se trocasse, com ajuda do corrector, o nº que está no sinal?
O significado só podia ser um: obrigatório buzinar quando passar em frente ao nº 147... obviamente que é o nº da minha porta (claro, tinha que ser eu); só esta alteração ao código da estrada pode justificar que 90% da população cá da terra apite ao passar em frente à minha casa, independentemente da hora do dia ou da noite!
Quando não apitam (sabe- se lá porquê, já devem ter queimado a buzina!) fazem questão de assinalar a sua passagem frente à minha porta, com uma estridente travagem ou um louco rugido- característica dos "Tunned Cars" cá do sítio!
E se eu mudasse o nº nas placas da porta... ou se trocasse, com ajuda do corrector, o nº que está no sinal?
quinta-feira, agosto 25, 2005
Regresso às aulas
É sempre assim, no final de Agosto intensificam- se as campanhas dos hipermercados; o ponto forte é o "Regresso às aulas"! É matemático... já lá vêm as reportagens acerca do custo dos livros e do encargo financeiro que representa para o agregado familiar. Tão certo como, por altura do Natal, ser transmitida uma reportagem acerca da queda do volume de vendas de ano para ano. Tão certo como surgir, em Setembro, uma nova série de "Morangos com Açúcar" com novos personagens no Colégio da Barra!!! (como eu sei estas coisas, hã?;-)
Parece impossível os miúdos precisarem de tantos artigos para alcançar o sucesso escolar... socorro- me da frase "eu ainda sou do tempo..." em que havia 3 tipos de borracha, a saber: a verde, a branca e a vermelha e azul (sofisticada, esta! apagava caneta e lápis)... agora existem umas com formato de caneta (deve ser para caber melhor no estojo) toda aerodinâmica e como se não bastasse, surgem novas versões da tinta correctora! Não obstante ainda aparece o último grito em cores para o "post- it" (já estava enfadada com aquele amarelo)!
"Eu ainda sou do tempo..." em que se vendia canetas com cheiro... eram várias as cores e as essências mas a professora impedia- nos de utilizar a amarela (ela não via lá muito bem... ou então não gostava do cheiro a limão!) Será que ainda estão à venda estas canetas perfumadas?
Será que os pais ainda compram uma ardósia para os filhos utilizarem em casa?
Papás de Portugal, digam- me o que compram para o regresso às aulas dos vossos rebentos!
Manifesto, desde já, o meu contentamento por não ter tido ao meu dispôr nenhum destes artigos (e tantos outros que não referi para não maçar o prezado leitor) nos meus tempos de catraia... desconfio que iria passar a aula a fazer desenhos e a experimentar as cores e os efeitos!
Vou acrescentar na lista de compras e afazeres: ir ao corredor do "Regresso às aulas" quando for ao hipermercado, para conhecer as últimas novidades e, quem sabe, trazer uma para experimentar! Não posso esquecer- me de passar também pelos novos iogurtes, cereais e suplementos vitamínicos... ajudam a ficar esperto!
Parece impossível os miúdos precisarem de tantos artigos para alcançar o sucesso escolar... socorro- me da frase "eu ainda sou do tempo..." em que havia 3 tipos de borracha, a saber: a verde, a branca e a vermelha e azul (sofisticada, esta! apagava caneta e lápis)... agora existem umas com formato de caneta (deve ser para caber melhor no estojo) toda aerodinâmica e como se não bastasse, surgem novas versões da tinta correctora! Não obstante ainda aparece o último grito em cores para o "post- it" (já estava enfadada com aquele amarelo)!
"Eu ainda sou do tempo..." em que se vendia canetas com cheiro... eram várias as cores e as essências mas a professora impedia- nos de utilizar a amarela (ela não via lá muito bem... ou então não gostava do cheiro a limão!) Será que ainda estão à venda estas canetas perfumadas?
Será que os pais ainda compram uma ardósia para os filhos utilizarem em casa?
Papás de Portugal, digam- me o que compram para o regresso às aulas dos vossos rebentos!
Manifesto, desde já, o meu contentamento por não ter tido ao meu dispôr nenhum destes artigos (e tantos outros que não referi para não maçar o prezado leitor) nos meus tempos de catraia... desconfio que iria passar a aula a fazer desenhos e a experimentar as cores e os efeitos!
Vou acrescentar na lista de compras e afazeres: ir ao corredor do "Regresso às aulas" quando for ao hipermercado, para conhecer as últimas novidades e, quem sabe, trazer uma para experimentar! Não posso esquecer- me de passar também pelos novos iogurtes, cereais e suplementos vitamínicos... ajudam a ficar esperto!
quarta-feira, agosto 24, 2005
Tirar proveito
Quando os operadores de TV por cabo insistem em não instalar o serviço mesmo tendo uma ligação na esquina da nossa casa, há que tirar o máximo proveito possível dos 4 canais existentes...
Num dos momentos (raros) em que não estava a ser transmitido mais um episódio de mais uma novela entediante e gasta, recostei- me no canapé estofado e desfrutei dos prazeres de uma série de humor nacional. Não me lembro do nome, a história não era lá muito famosa, mas tomei nota, no caderninho das ideias luminosas, de 2 frases (as frases feitas): "Dar vida aos anos é melhor que dar anos à vida" e "noites alegres, manhãs tristes"!
São duas verdades absolutas e (a meu ver) inconcussas!
A experiência de conseguir tirar daquele episódio algo útil e com sentido só vem provar que de tudo (ou de quase tudo) na vida podemos tirar algo de bom... até de uma série disparatada e sem grande conteúdo transmitida em horário nobre na TV.
Num dos momentos (raros) em que não estava a ser transmitido mais um episódio de mais uma novela entediante e gasta, recostei- me no canapé estofado e desfrutei dos prazeres de uma série de humor nacional. Não me lembro do nome, a história não era lá muito famosa, mas tomei nota, no caderninho das ideias luminosas, de 2 frases (as frases feitas): "Dar vida aos anos é melhor que dar anos à vida" e "noites alegres, manhãs tristes"!
São duas verdades absolutas e (a meu ver) inconcussas!
A experiência de conseguir tirar daquele episódio algo útil e com sentido só vem provar que de tudo (ou de quase tudo) na vida podemos tirar algo de bom... até de uma série disparatada e sem grande conteúdo transmitida em horário nobre na TV.
terça-feira, agosto 23, 2005
www.petiscos.come tudo
Nunca as nossas avós imaginariam que um dia iríamos abolir o caderninho de receitas manuscrito e enfeitado com o laçarote em prol do PC ligado à net!
Acredita, avó, que é muito prático e quase sempre eficaz! Reconheço, porém, que algumas das receitinhas experimentadas já correram mal mas isso pode acontecer a qualquer um, a culpa não tem necessariamente que ser atribuída à receita publicada na net!
Culinária nunca foi o meu forte e acreditem que já vou fazendo uns petiscos de comer e chorar por mais, daqueles de deixar o prato bem limpinho, como tal, a minha consciência obriga- me a partilhar com os demais - casados (as), solteiros (as) não interessa desde que dependem de si próprios para comer- esse endereço milagroso: petiscos.com ou gastronomias.com!
Vão por mim que não vos engano!
Mas as sugestões não ficam por aqui... desde que descobri a expressão lanche- ajantarado que os meus domingos passaram a ser dias de verdadeira apoteose! A receita é muito fácil e consiste no seguinte:
Quando os ponteiros do relógio repousarem sobre as 19h, colocar sobre a mesa 2 pratos de sopa (pode ser caldo verde), adicionar pão fresco e conduto q.b. de várias qualidades (queijo amanteigado, fiambre fininho, chouriço), a pouco e pouco regar com 1 copo de vinho, acrescentar mini- tostas para barrar com patés, doces e geleias, regar com mais um pouco de vinho (tinto resulta melhor), adicionar no final da refeição uma fatia de bolo caseiro (o de iogurte é rápido e fácil de fazer) acompanhada por uma fatia de queijo flamengo (conhecido entre os apreciadores dos mais fedorentos e verdes como queijo batata). Para cobertura degustar um café com adoçante em vez de açúcar (sabe mais a café se usarmos adoçante) e apimentar com um Famous Grouse!
Como vêem é muito fácil de fazer, a cozinha permanece imaculada e suja- se pouca loiça... há melhor maneira de acabar o fim- de- semana?
Acredita, avó, que é muito prático e quase sempre eficaz! Reconheço, porém, que algumas das receitinhas experimentadas já correram mal mas isso pode acontecer a qualquer um, a culpa não tem necessariamente que ser atribuída à receita publicada na net!
Culinária nunca foi o meu forte e acreditem que já vou fazendo uns petiscos de comer e chorar por mais, daqueles de deixar o prato bem limpinho, como tal, a minha consciência obriga- me a partilhar com os demais - casados (as), solteiros (as) não interessa desde que dependem de si próprios para comer- esse endereço milagroso: petiscos.com ou gastronomias.com!
Vão por mim que não vos engano!
Mas as sugestões não ficam por aqui... desde que descobri a expressão lanche- ajantarado que os meus domingos passaram a ser dias de verdadeira apoteose! A receita é muito fácil e consiste no seguinte:
Quando os ponteiros do relógio repousarem sobre as 19h, colocar sobre a mesa 2 pratos de sopa (pode ser caldo verde), adicionar pão fresco e conduto q.b. de várias qualidades (queijo amanteigado, fiambre fininho, chouriço), a pouco e pouco regar com 1 copo de vinho, acrescentar mini- tostas para barrar com patés, doces e geleias, regar com mais um pouco de vinho (tinto resulta melhor), adicionar no final da refeição uma fatia de bolo caseiro (o de iogurte é rápido e fácil de fazer) acompanhada por uma fatia de queijo flamengo (conhecido entre os apreciadores dos mais fedorentos e verdes como queijo batata). Para cobertura degustar um café com adoçante em vez de açúcar (sabe mais a café se usarmos adoçante) e apimentar com um Famous Grouse!
Como vêem é muito fácil de fazer, a cozinha permanece imaculada e suja- se pouca loiça... há melhor maneira de acabar o fim- de- semana?
segunda-feira, agosto 22, 2005
Irabizante
Neologismo que acabei de inventar para evidenciar um aperto de alma...
Irabizante: bizarro estado de espírito em estado de cólera borbulhante... súbita vontade de dar uma cuspidela nos olhos de quem nos dirige a palavra! Tensão crescente nos astros que regem os nativos que não se encontram de férias. Espasmo mental incapacitante e dúbio. Ausência de estímulos exteriores motivada pela avaria no aparelho receptor! Erro no servidor... file not found... por favor, tente mais tarde... volto logo (pendurado com uma ventosa à entrada da massa encefálica)!
Irabizante: bizarro estado de espírito em estado de cólera borbulhante... súbita vontade de dar uma cuspidela nos olhos de quem nos dirige a palavra! Tensão crescente nos astros que regem os nativos que não se encontram de férias. Espasmo mental incapacitante e dúbio. Ausência de estímulos exteriores motivada pela avaria no aparelho receptor! Erro no servidor... file not found... por favor, tente mais tarde... volto logo (pendurado com uma ventosa à entrada da massa encefálica)!
domingo, agosto 21, 2005
Dica para poupar
Quando já não dá para apertar mais o cinto, quem quer poupar...
Compra papel higiénico folha tripla... usa uma, e só uma, folha de cada vez separando as 3 camadas que a constituem! ;0)
As *linhas agradecem o contributo do Sr. Pintas para este tema de extrema relevância!
Compra papel higiénico folha tripla... usa uma, e só uma, folha de cada vez separando as 3 camadas que a constituem! ;0)
As *linhas agradecem o contributo do Sr. Pintas para este tema de extrema relevância!
sexta-feira, agosto 19, 2005
Agosto
Parecendo que não acontece nada em Agosto, sobre o oitavo mês do ano há várias considerações a tecer...
Este é, por excelência, o mês mais casamenteiro do ano...
Sempre achei totalmente desprovida de sentido a data de comemoração do Santo António no mês de Junho, se a maioria dos casamentos acontece no mês de Agosto... mais um sinal de que temos que nos adaptar aos tempos modernos; proponho a alteração da data de celebração deste santo, de 1 feriado em Junho para feriado mensal em Agosto (seríamos pioneiros)! Se todos os fins- de- semana ouvimos as buzinadelas que assinalam mais uma feliz união, devíamos festejar a alegria do casal durante os dias que se seguem... estando a trabalhar não podemos alinhar nos festejos!
A grande maioria da população goza férias em Agosto...
Sempre estranhei esta tendência das pessoas para gozar as férias de Verão no mês de Agosto... o tempo já nem está assim tão famoso nesta época... os emigrantes regressam ao fim de quase 1 ano de ausência, conduzem dias a fio e acartam consigo aquele sotaque típico de quem está fora há muito tempo... sinto da parte deles (apesar de não ter absolutamente nada contra os emigrantes, afinal todos temos família no estrangeiro) uma ideia de superioridade em relação aos portugueses residentes em Portugal, que me faz lembrar de quando era miúda e passava férias na terrinha lá no Baixo Alentejo, bem encostada à fronteira... sentia pena dos outros miúdos por não estarem, como eu, na capital do país... achava- me superior só por ser da cidade... pouco tempo depois percebi que estava redondamente enganada! Até a pele do rosto se ressente dos ares citadinos... a juventude de lá tinha muito menos problemas de acne do que a da cidade!
Em Agosto as estações de TV repetem programas...
Parte- se do princípio de que há menos audiência e os desgraçados que queiram sentar- se no sofá e lograr de uns momentos de aprazível contacto com o pequeno ecrã, são bombardeados com as novelas, séries e concursos repetidos! Quem tem cabo refugia- se noutros canais, quem não tem sujeita- se ou lê um livro!
Em Agosto há festivais de Verão...
Avançam em romaria centenas e centenas de jovens em direcção aos locais de culto de bandas e intérpretes, qual peregrinação rumo a Fátima! Nunca me bateu essa pancada de passar vários dias a acampar ao som frenético dos concertos, tresandando a suor e ingerindo o mínimo e indispensável para manter o corpo a funcionar! Mas antes de chegar a velha, tenho que experimentar!
Em Agosto há festas nas terreolas...
Todas as simpáticas terrinhas esquecidas por esse país fora festejam um santo qualquer durante, pelo menos, um fim- de- semana com direito a farturas, sardinhada, bailarico e carrinhos de choque!
E agora venham cá dizer que Agosto é parado... que não se passa nada em Agosto...
Este é, por excelência, o mês mais casamenteiro do ano...
Sempre achei totalmente desprovida de sentido a data de comemoração do Santo António no mês de Junho, se a maioria dos casamentos acontece no mês de Agosto... mais um sinal de que temos que nos adaptar aos tempos modernos; proponho a alteração da data de celebração deste santo, de 1 feriado em Junho para feriado mensal em Agosto (seríamos pioneiros)! Se todos os fins- de- semana ouvimos as buzinadelas que assinalam mais uma feliz união, devíamos festejar a alegria do casal durante os dias que se seguem... estando a trabalhar não podemos alinhar nos festejos!
A grande maioria da população goza férias em Agosto...
Sempre estranhei esta tendência das pessoas para gozar as férias de Verão no mês de Agosto... o tempo já nem está assim tão famoso nesta época... os emigrantes regressam ao fim de quase 1 ano de ausência, conduzem dias a fio e acartam consigo aquele sotaque típico de quem está fora há muito tempo... sinto da parte deles (apesar de não ter absolutamente nada contra os emigrantes, afinal todos temos família no estrangeiro) uma ideia de superioridade em relação aos portugueses residentes em Portugal, que me faz lembrar de quando era miúda e passava férias na terrinha lá no Baixo Alentejo, bem encostada à fronteira... sentia pena dos outros miúdos por não estarem, como eu, na capital do país... achava- me superior só por ser da cidade... pouco tempo depois percebi que estava redondamente enganada! Até a pele do rosto se ressente dos ares citadinos... a juventude de lá tinha muito menos problemas de acne do que a da cidade!
Em Agosto as estações de TV repetem programas...
Parte- se do princípio de que há menos audiência e os desgraçados que queiram sentar- se no sofá e lograr de uns momentos de aprazível contacto com o pequeno ecrã, são bombardeados com as novelas, séries e concursos repetidos! Quem tem cabo refugia- se noutros canais, quem não tem sujeita- se ou lê um livro!
Em Agosto há festivais de Verão...
Avançam em romaria centenas e centenas de jovens em direcção aos locais de culto de bandas e intérpretes, qual peregrinação rumo a Fátima! Nunca me bateu essa pancada de passar vários dias a acampar ao som frenético dos concertos, tresandando a suor e ingerindo o mínimo e indispensável para manter o corpo a funcionar! Mas antes de chegar a velha, tenho que experimentar!
Em Agosto há festas nas terreolas...
Todas as simpáticas terrinhas esquecidas por esse país fora festejam um santo qualquer durante, pelo menos, um fim- de- semana com direito a farturas, sardinhada, bailarico e carrinhos de choque!
E agora venham cá dizer que Agosto é parado... que não se passa nada em Agosto...
terça-feira, agosto 16, 2005
Venha o diabo...
...e escolha!
Estou a referir- me ao spot da Fanta "no fanta, no way" onde uma * de garagem se transforma, numa espécie de versão moderna de Jekill & Hyde, durante a interpretação desse grande clássico da música "ti amo"!
Na minha sempre modesta e assaz interessante apreciação, acérrima defensora da família e dos bons costumes, permaneço intrigada tentando descortinar qual é o Jekill e qual é o Hyde.
A propósito da defesa da família e dos bons costumes lembro- me de consultar uma votação online acerca do santuário de Fátima que reza assim: Justifica- se a proibição de decotes e calções no acesso a locais de culto? O Não levava uma vantagem de 13% sobre o Sim. Tentei deixar o meu voto mas fui incapaz de me decidir... deixa- me confusa a pertinência da questão... seja lá como for, preocupo- me com estas matérias, o que me leva a analisar frequentemente o grande busílis da sociedade e certas banalidades, coisas corriqueiras. A pub não me podia escapar...
Depois deste aparte regressamos ao spot da Fanta... estava eu tentar esmiuçar os personagens para melhor distinguir a quem estavam atribuídos os papéis... um é uma versão novo milénio de Marco Paulo, a outra uma adaptação ao metal do lema motard "feios, porcos e maus"... das duas uma: ou os meus padrões são muito elevados ou não existe aqui o bom e o mau da fita...
É claro que a canção não ajuda: Tii aamo... ti amo.... tii aamo!
Estou a referir- me ao spot da Fanta "no fanta, no way" onde uma * de garagem se transforma, numa espécie de versão moderna de Jekill & Hyde, durante a interpretação desse grande clássico da música "ti amo"!
Na minha sempre modesta e assaz interessante apreciação, acérrima defensora da família e dos bons costumes, permaneço intrigada tentando descortinar qual é o Jekill e qual é o Hyde.
A propósito da defesa da família e dos bons costumes lembro- me de consultar uma votação online acerca do santuário de Fátima que reza assim: Justifica- se a proibição de decotes e calções no acesso a locais de culto? O Não levava uma vantagem de 13% sobre o Sim. Tentei deixar o meu voto mas fui incapaz de me decidir... deixa- me confusa a pertinência da questão... seja lá como for, preocupo- me com estas matérias, o que me leva a analisar frequentemente o grande busílis da sociedade e certas banalidades, coisas corriqueiras. A pub não me podia escapar...
Depois deste aparte regressamos ao spot da Fanta... estava eu tentar esmiuçar os personagens para melhor distinguir a quem estavam atribuídos os papéis... um é uma versão novo milénio de Marco Paulo, a outra uma adaptação ao metal do lema motard "feios, porcos e maus"... das duas uma: ou os meus padrões são muito elevados ou não existe aqui o bom e o mau da fita...
É claro que a canção não ajuda: Tii aamo... ti amo.... tii aamo!
segunda-feira, agosto 15, 2005
The bright side
O lado positivo... algo que me tenho esforçado muito por ver, mesmo quando parece não existir, fruto da minha convivência com um novo colega de trabalho inserido no movimento rastafari!
Pesando na balança:
O lado menos bom: o facto de ser feriado, de 90% dos meus amigos estarem de férias na costa alentejana, de ser feriado (mais uma vez, o que leva a que grande parte da população esteja a descansar), de estarem uns tórridos 35 graus e um tempo óptimo para ir a banhos, de estar com uma tremenda ressaca que não vai lá com o célebre guronsan (os fins- de- semana têm destas coisas) e de ter que ir trabalhar;
O lado menos mau: não há trânsito, o horário de trabalho é reduzido a 5h, a total ausência de chefes e directores, pretensos chefes e aspirantes, sentir- me útil à sociedade (o que me ajuda a ultrapassar a ressaca do fim- de- semana), ter ar condicionado e... não me ocorre mais nada!
Por outro lado... não tenho que passar pelo síndrome depressivo que anuncia a chegada de mais uma semana de trabalho visto que já "dei o litro" neste feriado... a 3ª feira não vai custar rigorosamente nada!
Seguindo a onda dos "positive vibes", ainda bem que fui trabalhar no feriado!
Pesando na balança:
O lado menos bom: o facto de ser feriado, de 90% dos meus amigos estarem de férias na costa alentejana, de ser feriado (mais uma vez, o que leva a que grande parte da população esteja a descansar), de estarem uns tórridos 35 graus e um tempo óptimo para ir a banhos, de estar com uma tremenda ressaca que não vai lá com o célebre guronsan (os fins- de- semana têm destas coisas) e de ter que ir trabalhar;
O lado menos mau: não há trânsito, o horário de trabalho é reduzido a 5h, a total ausência de chefes e directores, pretensos chefes e aspirantes, sentir- me útil à sociedade (o que me ajuda a ultrapassar a ressaca do fim- de- semana), ter ar condicionado e... não me ocorre mais nada!
Por outro lado... não tenho que passar pelo síndrome depressivo que anuncia a chegada de mais uma semana de trabalho visto que já "dei o litro" neste feriado... a 3ª feira não vai custar rigorosamente nada!
Seguindo a onda dos "positive vibes", ainda bem que fui trabalhar no feriado!
domingo, agosto 14, 2005
Jetrossexual
Indivíduos de diferentes áreas que percorrem o mundo a viajar de avião em função das suas actividades profissionais. Existem 11 mandamentos que permitem identificar um jetrossexual. Entre outras coisas ele é capaz de transportar roupa para uma semana numa mala de mão, tem no passaporte o carimbo de pelo menos um país que mudou de nome e é capaz de pedir cerveja em 6 idiomas diferentes!
À boa maneira de Fernando Pessa: E esta, hein?
Meios & Publicidade
À boa maneira de Fernando Pessa: E esta, hein?
sexta-feira, agosto 12, 2005
Querido IRS
Finalmente chegaste ao teu destino- a minha conta bancária! Deixa- me dizer-te como ansiei pela tua aproximação...
Visitei diariamente o site do Banco inserindo os meus códigos e a todo o instante espreitando os números! Cansei- me de fazer contas à vida imaginando tudo o que poderia fazer contigo, e queria fazer tanta coisa...
Também com insistência fiz visitas à minha caixa de correio sempre na expectativa de lá te encontrar... ou a ti ou a um sinal teu, como a nota de liquidação!
Cheguei a atingir um estado mórbido de desespero, fruto da tua ausência prolongada... porque é que só vens uma vez por ano? Passo 365 dias a contribuir para a tua causa e a recompensa tarda em chegar e não obstante vem sozinha! Já pensaste em trazer uns amigos ao longo do ano? Era giro!
Mas " águas passadas não movem moinhos" e o que realmente interessa é que já estás comodamente instalado junto ao que resta do ordenado mensal!
Porém aviso- te, escusas de começar a travar novas amizades porque dentro em breve vais mudar para outras paragens... já te marquei passagem na classe turística com destino ao Ministério da Administração Interna (os meus calorosos agradecimentos à BT da GNR, que fez o obséquio de remeter, por correio, a notificação da contra-ordenação cometida a caminho da concentração de Faro)! Também já reservei um lugar com vista privilegiada para o meu seguro automóvel... garanto que vais sentir- te como em casa!
Não penses que não apreciei a tua visita à minha conta... se tivesses vindo mais cedo ainda repousavas por lá uns dias mas, como vens em cima da hora do vôo, terei que encaminhar- te rapidamente para o balcão do check- in... ou direi melhor, do check- out?
Lamento até à profundeza das minhas entranhas que tenhas ficado tão pouco tempo... vê lá se para o ano vens mais cedo para fazermos umas férias juntos!
Gostei de te ver!
Visitei diariamente o site do Banco inserindo os meus códigos e a todo o instante espreitando os números! Cansei- me de fazer contas à vida imaginando tudo o que poderia fazer contigo, e queria fazer tanta coisa...
Também com insistência fiz visitas à minha caixa de correio sempre na expectativa de lá te encontrar... ou a ti ou a um sinal teu, como a nota de liquidação!
Cheguei a atingir um estado mórbido de desespero, fruto da tua ausência prolongada... porque é que só vens uma vez por ano? Passo 365 dias a contribuir para a tua causa e a recompensa tarda em chegar e não obstante vem sozinha! Já pensaste em trazer uns amigos ao longo do ano? Era giro!
Mas " águas passadas não movem moinhos" e o que realmente interessa é que já estás comodamente instalado junto ao que resta do ordenado mensal!
Porém aviso- te, escusas de começar a travar novas amizades porque dentro em breve vais mudar para outras paragens... já te marquei passagem na classe turística com destino ao Ministério da Administração Interna (os meus calorosos agradecimentos à BT da GNR, que fez o obséquio de remeter, por correio, a notificação da contra-ordenação cometida a caminho da concentração de Faro)! Também já reservei um lugar com vista privilegiada para o meu seguro automóvel... garanto que vais sentir- te como em casa!
Não penses que não apreciei a tua visita à minha conta... se tivesses vindo mais cedo ainda repousavas por lá uns dias mas, como vens em cima da hora do vôo, terei que encaminhar- te rapidamente para o balcão do check- in... ou direi melhor, do check- out?
Lamento até à profundeza das minhas entranhas que tenhas ficado tão pouco tempo... vê lá se para o ano vens mais cedo para fazermos umas férias juntos!
Gostei de te ver!
quarta-feira, agosto 10, 2005
Trabalhar é "fixe"
Continuo abismada com o meu bom- humor... é perturbadora a forma como lidei com a presença no local de trabalho desde as 6h da matina até às 9h da noite (valores redondos) tendo dormido menos de 5h!
Noutra altura teria vociferado colericamente depois de receber a notícia da extensão do horário de trabalho até às 21h... um pranto que iria estender- se até ao momento de deitar a cabeça na almofada, aconchegada pelos lençois frescos e com cheirinho a roupa lavada, e de fechar as persianas oculares (vulgo pálpebras)!
Não hoje, não me apeteceu deixar- me tomar pela rabugice... apre! Tenho que comprar um antiderrapante para a banheira... esta mania de tomar banho todos os dias começa a revelar- se incómoda e arriscada. Desgraçado do moçoilo; preparava- se para vir trabalhar quando a banheira lhe escorregou dos pés tombando desvalido por cima do lavatório, que cedeu com o peso (convenhamos que o rapazito não é propriamente pequeno)... lá vai ficar com uma cicratiz no dorso! Mas nem tudo é mau... essa tatuagem da queda pode valer- lhe uns bons engates que resultam em grandes conquistas: todos sabemos que há moças que se perdem por uma cicatriz! Convém não mencionar como ela apareceu ali nas costas... cair na banheira pode acontecer a qualquer um que se sirva dela, mas também é ridículo quanto baste para estragar todo o "caldinho"!
Certo, é que tive que "mamar a bucha", arranhar, zunir, alancar, "dar o litro"... enfim, trabalhar por ele. O mais estimulante é que consegui fazê- lo com um sorriso rasgado e alguma carolice tola, e até foi natural, bastou pensar que não gostava trocar de lugar com ele... antes a trabalhar do que a desmontar as loiças da casa de banho!
Tenho mesmo que comprar o bendito tapete!
Noutra altura teria vociferado colericamente depois de receber a notícia da extensão do horário de trabalho até às 21h... um pranto que iria estender- se até ao momento de deitar a cabeça na almofada, aconchegada pelos lençois frescos e com cheirinho a roupa lavada, e de fechar as persianas oculares (vulgo pálpebras)!
Não hoje, não me apeteceu deixar- me tomar pela rabugice... apre! Tenho que comprar um antiderrapante para a banheira... esta mania de tomar banho todos os dias começa a revelar- se incómoda e arriscada. Desgraçado do moçoilo; preparava- se para vir trabalhar quando a banheira lhe escorregou dos pés tombando desvalido por cima do lavatório, que cedeu com o peso (convenhamos que o rapazito não é propriamente pequeno)... lá vai ficar com uma cicratiz no dorso! Mas nem tudo é mau... essa tatuagem da queda pode valer- lhe uns bons engates que resultam em grandes conquistas: todos sabemos que há moças que se perdem por uma cicatriz! Convém não mencionar como ela apareceu ali nas costas... cair na banheira pode acontecer a qualquer um que se sirva dela, mas também é ridículo quanto baste para estragar todo o "caldinho"!
Certo, é que tive que "mamar a bucha", arranhar, zunir, alancar, "dar o litro"... enfim, trabalhar por ele. O mais estimulante é que consegui fazê- lo com um sorriso rasgado e alguma carolice tola, e até foi natural, bastou pensar que não gostava trocar de lugar com ele... antes a trabalhar do que a desmontar as loiças da casa de banho!
Tenho mesmo que comprar o bendito tapete!
terça-feira, agosto 09, 2005
Milagre da multiplicação
A partir de hoje o mundo ficou mais rico, viu aumentada a sua densidade populacional... Mais uma menina ganhou coragem para deixar o conforto e amparo do ventre materno e enfrentar, na sua feição frágil e desajeitada, os desafios que a vida lhe vai fazer!Mais uns 2 a 3 kg's de inocência, doçura, ingenuidade e sublimidade de beleza entre outras qualidades que só as crianças, no seu estado mais puro e tenro podem transmitir!
Venha de lá esse choro desalmado, esse implacável grito pela vida (os pais que me perdoem o apelo à plangência mas bebé que se preze tem a obrigação de furar os tímpanos aos papás quando tem fome, sono, dores ou carência de afecto e atenção: aguentem- se!)
Acaba de vir ao mundo o maior e mais ambicioso projecto das vossas vidas... estimem, eduquem, amem e na altura certa deixem- no seguir o seu caminho e criar e desenvolver os seus próprios projectos, como nós fizémos com os nossos pais e eles com os nossos avós... estou certa de que serão excelentes papás!
Parabéns Surgy, parabéns Rita! Bem- vinda Daniela!
segunda-feira, agosto 08, 2005
Quem dá mais...?
1.jpg)
Já é tradição, Agosto deve ser o mês do ano onde se dão mais pontos com nó... este fim de semana lá testemunhei mais uma jura de amor eterno!Terá sido a cerimónia religiosa mais rápida de que já tive conhecimento, demorou precisamente uma pirâmide e um café (tempo recorde porque eu não como assim tão devagar)! Já não é só a noiva que se atrasa, os convidados (como eu) também já se dão a esse luxo... sair de casa tarde, já não poder petiscar uns bolinhos e uns croquetes, ir directamente para a igreja e rumar em direcção à pastelaria mais próxima em busca de alimento (já é da praxe só começar a almoçar por volta das 3h ou 4h da tarde por isso mais vale prevenir do que cair para o lado com fome)... até aqui tudo bem; não fora o padre tão expedito na celebração do matrimónio, ainda teria assistido ao beijo dos noivos! Lá tive que dizer à família que assisti à cerimónia junto à porta por causa do calor (espero não ser castigada, foi só uma mentirinha inofensiva)!
Lá seguem os convidados em filinha pirilau até ao copo d'água, estorvando a circulação automóvel tanto quanto possível, virando no cruzamento errado (apesar de empunharem um mapa com o trajecto) e obrigando dezenas de carros a inverter o sentido da marcha e a cometer umas quantas infracções ao código da estrada (mas não faz mal porque eu não aderi a este novo código)!
Finalmente chegados à quinta, somos brindados com umas sombras aprazíveis onde se encontram umas cadeiras encantadoras e os fotógrafos de máquina em riste esperando o momento certo para atacar com a objectiva... comer e beber até não poder mais (sobretudo beber para não desidratar com o calor tórrido) e torcer pelo momento do bailarico para queimar umas calorias e ajudar a digestão...
O "apita o comboio" e o "follow the leader" são sempre convidados para a festa e quer a 3ª idade quer a juventude agradece o momento de descontracção proporcionado pela pimbalhada.
A malta estava animada (pudera, com tantas garrafas vazias) e a festa prometia ser rija até alguém se lembrar do habitual leilão da liga da noiva. "Caramba, que fraca ideia!" - pensei de imediato. A 1ª meia hora ainda se aguentou bem mas o padrinho da noiva estava insaciável, ávido por mais uns trocos para o cestinho em troca desse bem tão precioso que é a liga (ou terá sido o ramo?)! Vai mais meia hora e mais meia e cada vez menos gente no salão... poucos contribuintes para a causa não é motivo para parar (terá pensado o padrinho... se é que estava capaz de pensar alguma coisa) e segue imparável ao longo de mais 30 longos e dolorosos minutos!
Pelas minhas contas, o leilão terá durado 2 horas ou seja, mais do que um jogo de futebol, com a desvantagem de nenhum jogador correr atrás da bola e de estarem todos sentados no banco, doidos por atirar objectos que pudessem atentar à integridade física do leiloeiro! Não havendo bola, qualquer coisa serve, desde que seja suficiente para o derrubar da cadeira e fazer desaparecer o microfone!
A liga (ou o ramo) ficaram com a família da noiva pela módica quantia de 600 euros. Dizia o padrinho que a família do noivo (da qual faço parte) era fraca! Na altura pensei para comigo que não era fraqueza mas sim pobreza, falta de "guita", porém o senhor não partilhava da mesma opinião e tendo já feito o seu juízo, lá foi apregoando "a família do noivo... são uns fracos!" as 1ªs vezes ainda tolerei mas a dada altura já me soou a falta de educação e retirei- me em direcção à mesa de queijos.
A festa não estava completa sem se partir o bolo dos noivos (escusam de fazer esse sorrisinho maroto) e cometer a habitual "delicadeza" de roubar os noivos do bolo para devolver à procedência depois de decorrido 1 ano... já tinha em meu poder os guardanapos para camuflar o furto e preparava- me para, num momento de distracção dos presentes, fazer a investida!
Fui surpreendida por duas novidades ou três... 1º o casal de noivos era enorme; 2º em vez de um casal de humanos em miniatura, era um casal de ursos e 3º o empregado de mesa cortou o bolo e guardou os noivos no bolso para ninguém os levar! Não há direito!!!
Queimava- se os últimos cartuchos... escolhia- se as últimas fotos e a festa termina! As senhoras de lábios esborratados, chinelos de enfiar o dedo e pochete avançam a coxear para os carros, os pais dos noivos limpam as lágrimas que escorrem de comoção e a pouco e pouco retiram- se para o aconchego do lar!
Aos noivos ficam os desejos de muita felicidade e que se esforcem por não contribuir para a estatística dos diversos no Bilhete de Identidade!
sábado, agosto 06, 2005
Ai que está tão fria!!!
Aproveitando o horário de trabalho sujeito a alterações devido às férias do pessoal, não resisti à tentação de dar um pulo até à praia onde tenho andado a reparar na postura dos veraneantes quando se fazem ao mar.
Constato que existem vários estilos de abordagem:
1. o estilo destemido que avança determinado mesmo estando a tiritar; prossegue o seu caminho mar adentro, como se não fosse nada com ele, até se deparar com a onda perfeita para o mergulho;
2. o estilo espalhafatoso que entra em passo de corrida procurando incomodar com desagradáveis salpicos (que por vezes se assemelham a verdadeiras trombas de água) as garinas que estejam no processo de interiorização da temperatura da água; mergulha à beirinha próximo da zona de espuma, pelo que depois do mergulho sente uma valente necessidade de enxotar a areia retida nos calções de banho;
3. o estilo maroto que coloca as mãos em forma de concha enchendo- as com a maior quantidade de água possível para servir de aperitivo às amigas que se preparam para entrar; se mesmo assim elas se mostrarem relutantes em ir a banhos, não hesita e junta um pedaço de areia molhada que atira a pontos estratégicos dos corpos delas forçando- as, desta forma, a esquecer a glacial temperatura da água;
4. o estilo não me toques (mais acentuado no género feminino) que fica uns 15 minutos com água pelos tornozelos, avança um pouco e permanece imóvel mais uns 15 minutos com água pelos joelhos, novo avanço quase até às coxas durante uns segundos... mais precisamente até vir uma onda com mais força do que as anteriores e que obriga a um retrocesso de pelo menos 4 a 5 passos (faz lembrar aquele jogo da infância "mamã dá licença? dou! quantos passos? 3 à bebé!"). Com muito custo, avança devagar devagarinho enfrentando as ondas com o traseiro e ajeitando a todo o instante o biquíni que insiste em se deslocar para locais impróprios e embaraçantes deixando a descoberto pontos sensíveis; (admito que adopto este estilo pouco lisonjeiro e denunciador de alguma cobardia ou sensibilidade excessiva mais vezes do que as recomendáveis)
5. o estilo "fa" (também este, mais evidente no género feminino) que é uma novidade desta estação, confesso que assisti a este estilo pela 1ª vez ao vivo; consiste numa abordagem corajosa não sujeita a paragens, onde as ondas são encaradas de frente, de braços abertos e peito para fora (estilo seta) fazendo lembrar os anúncios televisivos do gel de banho "Fa fresh" (onde, se bem se lembram, belas e desnudadas mulheres eram banhadas com água supostamente fresca indiciando um aspecto prazenteiro), daí o nome que escolhi para este novo estilo: estilo "fa"! Gostei desta novidade e já iniciei a fase de experimentação que tem estado a correr muito bem!
Seja lá qual for a abordagem às gélidas águas das praias da Fonte da Telha e Costa de (sim, é de) Caparica, não há nada mais saboroso para se fazer numa tarde em que os termómetros chegam aos 40 graus!
Constato que existem vários estilos de abordagem:
1. o estilo destemido que avança determinado mesmo estando a tiritar; prossegue o seu caminho mar adentro, como se não fosse nada com ele, até se deparar com a onda perfeita para o mergulho;
2. o estilo espalhafatoso que entra em passo de corrida procurando incomodar com desagradáveis salpicos (que por vezes se assemelham a verdadeiras trombas de água) as garinas que estejam no processo de interiorização da temperatura da água; mergulha à beirinha próximo da zona de espuma, pelo que depois do mergulho sente uma valente necessidade de enxotar a areia retida nos calções de banho;
3. o estilo maroto que coloca as mãos em forma de concha enchendo- as com a maior quantidade de água possível para servir de aperitivo às amigas que se preparam para entrar; se mesmo assim elas se mostrarem relutantes em ir a banhos, não hesita e junta um pedaço de areia molhada que atira a pontos estratégicos dos corpos delas forçando- as, desta forma, a esquecer a glacial temperatura da água;
4. o estilo não me toques (mais acentuado no género feminino) que fica uns 15 minutos com água pelos tornozelos, avança um pouco e permanece imóvel mais uns 15 minutos com água pelos joelhos, novo avanço quase até às coxas durante uns segundos... mais precisamente até vir uma onda com mais força do que as anteriores e que obriga a um retrocesso de pelo menos 4 a 5 passos (faz lembrar aquele jogo da infância "mamã dá licença? dou! quantos passos? 3 à bebé!"). Com muito custo, avança devagar devagarinho enfrentando as ondas com o traseiro e ajeitando a todo o instante o biquíni que insiste em se deslocar para locais impróprios e embaraçantes deixando a descoberto pontos sensíveis; (admito que adopto este estilo pouco lisonjeiro e denunciador de alguma cobardia ou sensibilidade excessiva mais vezes do que as recomendáveis)
5. o estilo "fa" (também este, mais evidente no género feminino) que é uma novidade desta estação, confesso que assisti a este estilo pela 1ª vez ao vivo; consiste numa abordagem corajosa não sujeita a paragens, onde as ondas são encaradas de frente, de braços abertos e peito para fora (estilo seta) fazendo lembrar os anúncios televisivos do gel de banho "Fa fresh" (onde, se bem se lembram, belas e desnudadas mulheres eram banhadas com água supostamente fresca indiciando um aspecto prazenteiro), daí o nome que escolhi para este novo estilo: estilo "fa"! Gostei desta novidade e já iniciei a fase de experimentação que tem estado a correr muito bem!
Seja lá qual for a abordagem às gélidas águas das praias da Fonte da Telha e Costa de (sim, é de) Caparica, não há nada mais saboroso para se fazer numa tarde em que os termómetros chegam aos 40 graus!
quarta-feira, agosto 03, 2005
Simpatia natural
Nem caibo em mim de contente... parece que há dias em que a *linha está do nosso lado!
Preparava- me para uma tarde de suplício por ter que me deslocar ao Hospital Garcia Orta para uma consulta... como não era a 1ª vez que lá ía já estava predisposta para o pior: a habitual falta de lugares para estacionar a voiture, a habitual antipatia natural dos funcionários administrativos, a habitual delonga no atendimento, o habitual calor asfixiante nas salas de espera e a habitual dor nas pernas por não haver lugares vagos para me sentar (com tantos "velhotes" na sala parece mal não ceder o lugar)...
Estranhamente nada disto aconteceu... sinto- me com sorte! Consegui arranjar lugar em 5 minutos e à sombra, numa altura em que o mercúrio dos termómetros marcava 35 graus (a acreditar na rádio que me dava música no momento); não tive que esperar para marcar presença; o segurança sorriu quando me deu a senha; a funcionária saudou- me com um efusivo "boa tarde"; nos corredores estavam generosamente colocadas várias ventoinhas (sempre é melhor do que nada); havia lugar sentado para mim defronte duma ventoinha à porta do gabinete, a espera não durou mais do que meia hora e já não tenho que lá voltar!
Parece ficção mas aconteceu mesmo! Ainda descrente face ao sucedido dirijo- me à minha junta de freguesia para solicitar um documento... e qual não é o meu espanto ao conseguir voltar a estacionar à sombra (incrédula pensei: isto não pode estar a acontecer!), entro na junta e a funcionária extremamente prestável cumprimenta- me com um sorriso que desperta alegria, prontamente atende ao meu pedido e cobra- me apenas 1 euro e 20 cêntimos pelo serviço!
Nao sei se é do calor ou do aproximar das férias para muitas destas pessoas... estranhei tanta sorte no mesmo dia. Já nem vou sair de casa hoje, "não vá o diabo tecê-las"... chego a duvidar daquilo que se passou, serão os meus sentidos que hoje só recebem boas vibrações?
Ainda bem que há dias assim...
Preparava- me para uma tarde de suplício por ter que me deslocar ao Hospital Garcia Orta para uma consulta... como não era a 1ª vez que lá ía já estava predisposta para o pior: a habitual falta de lugares para estacionar a voiture, a habitual antipatia natural dos funcionários administrativos, a habitual delonga no atendimento, o habitual calor asfixiante nas salas de espera e a habitual dor nas pernas por não haver lugares vagos para me sentar (com tantos "velhotes" na sala parece mal não ceder o lugar)...
Estranhamente nada disto aconteceu... sinto- me com sorte! Consegui arranjar lugar em 5 minutos e à sombra, numa altura em que o mercúrio dos termómetros marcava 35 graus (a acreditar na rádio que me dava música no momento); não tive que esperar para marcar presença; o segurança sorriu quando me deu a senha; a funcionária saudou- me com um efusivo "boa tarde"; nos corredores estavam generosamente colocadas várias ventoinhas (sempre é melhor do que nada); havia lugar sentado para mim defronte duma ventoinha à porta do gabinete, a espera não durou mais do que meia hora e já não tenho que lá voltar!
Parece ficção mas aconteceu mesmo! Ainda descrente face ao sucedido dirijo- me à minha junta de freguesia para solicitar um documento... e qual não é o meu espanto ao conseguir voltar a estacionar à sombra (incrédula pensei: isto não pode estar a acontecer!), entro na junta e a funcionária extremamente prestável cumprimenta- me com um sorriso que desperta alegria, prontamente atende ao meu pedido e cobra- me apenas 1 euro e 20 cêntimos pelo serviço!
Nao sei se é do calor ou do aproximar das férias para muitas destas pessoas... estranhei tanta sorte no mesmo dia. Já nem vou sair de casa hoje, "não vá o diabo tecê-las"... chego a duvidar daquilo que se passou, serão os meus sentidos que hoje só recebem boas vibrações?
Ainda bem que há dias assim...
terça-feira, agosto 02, 2005
Skydive II
A pedido de várias famílias aqui ficam algumas fotos para deixar água na boca...
Vestir o equipamento e avançar "sem medos" para o avião, a aterragem e o rescaldo!
Vestir o equipamento e avançar "sem medos" para o avião, a aterragem e o rescaldo!
Cromos repetidos
Na minha caderneta encontro diversos cromos repetidos que insistem em desabrochar para o mundo quando estou a passar por eles... faz- me lembrar aquela idade em que me dava ao trabalho de gastar uns troquitos nas saquetas de cromos, adquiridas no quiosque no caminho para a escola, para colar na caderneta... lá abdicava das pastilhas gorila em prol dos cromos que acabavam por ser repetidos... isto é, que não traziam nada de novo (a não ser às mobílias do quarto, aos cadernos, ao estojo)! E quantos espaços das cadernetas ficaram por preencher por causa dessa repetição, e quantas marcas de cola ficaram estampadas na mobília denunciando a presença do cromo para todo o sempre...!
Os anos passam e os cromos mudam de estilo mas a repetição mantém- se... há discursos que se colam às pessoas e por lá ficam como uma tatuagem! Falo daquelas pessoas que passam o tempo a dizer que não podem comer isto, não podem comer aquilo e aqueloutro e já perderam 200 g's e esperam até ao fim do mês perder 2 kg's... ou daquelas que subitamente despertam para novas realidades e descobrem o caminho para o ginásio, entusiasmadas falam dos progressos na prática da modalidade e correm numa sangria desatada (como se fossem tirar alguém da forca) em direcção à academia de fitness... ou ainda, daquelas (onde me incluo) que já andam a tentar deixar de fumar há meses e tomam nota do nº de cigarros que já fumaram naquele dia propagandeando aos 4 ventos a proeza conseguida de só fumar 5 cigarritos!
Algum tempo depois passamos na esplanada e lá está a entusiasmada senhora da dieta a comer uma suculenta lasanha seguida de um gelado cremoso e gigante... o tipo do ginásio já não aparece por lá há semanas e a malta dos cigarros passou por uma fase de muito stress no trabalho e acabou com a média dos 5 pregos diários!
É banal e desmotivante assistir ao ruir de tantas expectativas... obviamente que a frustração é de quem vê a sua tentativa de fazer dieta, ir ao ginásio ou deixar de fumar escapulir- se como grãos de areia mas, a partir do momento em que, enquanto amigos, nos passam essa ansiedade (partilhando os progressos) tornamo- nos voluntários na missão e confiamos no seu sucesso. Se o resultado é o fracasso todos nos sentimos afectados... e se pouco tempo depois voltamos à mesma lengalenga, simplesmente deixamos de ter paciência para ouvir falar da maldita dieta e do ginásio e do desditoso vício no tabaco!
Irra! Agora vou tentar deixar de fumar sem dizer nada a ninguém... depois de tanto ouvir falar de dietas falhadas e do ginásio cuja mensalidade se pagou mas nem sequer lá se pôs os pés, compreendo como tenho massacrado os meus amigos. Ainda por cima parece que toda a gente se lembrou de embarcar nessa onda ao mesmo tempo... desisto! Querem fazer dieta façam- na em silêncio, querem "dar no ferro" dêem em silêncio, querem deixar de fumar deixem em silêncio! Prometo não mais mencionar o nº de cigarros que esfumacei por dia se prometerem não mais falar da dieta e do ginásio! Tenho dito!
Os anos passam e os cromos mudam de estilo mas a repetição mantém- se... há discursos que se colam às pessoas e por lá ficam como uma tatuagem! Falo daquelas pessoas que passam o tempo a dizer que não podem comer isto, não podem comer aquilo e aqueloutro e já perderam 200 g's e esperam até ao fim do mês perder 2 kg's... ou daquelas que subitamente despertam para novas realidades e descobrem o caminho para o ginásio, entusiasmadas falam dos progressos na prática da modalidade e correm numa sangria desatada (como se fossem tirar alguém da forca) em direcção à academia de fitness... ou ainda, daquelas (onde me incluo) que já andam a tentar deixar de fumar há meses e tomam nota do nº de cigarros que já fumaram naquele dia propagandeando aos 4 ventos a proeza conseguida de só fumar 5 cigarritos!
Algum tempo depois passamos na esplanada e lá está a entusiasmada senhora da dieta a comer uma suculenta lasanha seguida de um gelado cremoso e gigante... o tipo do ginásio já não aparece por lá há semanas e a malta dos cigarros passou por uma fase de muito stress no trabalho e acabou com a média dos 5 pregos diários!
É banal e desmotivante assistir ao ruir de tantas expectativas... obviamente que a frustração é de quem vê a sua tentativa de fazer dieta, ir ao ginásio ou deixar de fumar escapulir- se como grãos de areia mas, a partir do momento em que, enquanto amigos, nos passam essa ansiedade (partilhando os progressos) tornamo- nos voluntários na missão e confiamos no seu sucesso. Se o resultado é o fracasso todos nos sentimos afectados... e se pouco tempo depois voltamos à mesma lengalenga, simplesmente deixamos de ter paciência para ouvir falar da maldita dieta e do ginásio e do desditoso vício no tabaco!
Irra! Agora vou tentar deixar de fumar sem dizer nada a ninguém... depois de tanto ouvir falar de dietas falhadas e do ginásio cuja mensalidade se pagou mas nem sequer lá se pôs os pés, compreendo como tenho massacrado os meus amigos. Ainda por cima parece que toda a gente se lembrou de embarcar nessa onda ao mesmo tempo... desisto! Querem fazer dieta façam- na em silêncio, querem "dar no ferro" dêem em silêncio, querem deixar de fumar deixem em silêncio! Prometo não mais mencionar o nº de cigarros que esfumacei por dia se prometerem não mais falar da dieta e do ginásio! Tenho dito!
segunda-feira, agosto 01, 2005
Skydive
Para 1º dia de trabalho depois de 2 semanas de férias sinto- me incrivelmente bem disposta... será do guaraná? Desconheço o motivo, terá sido por ter dormido apenas 4h e ter ligado 3 despertadores que tocaram em uníssono à hora marcada (5h)? Terá sido a pirotecnia de encerramento das festas de Verão cá da terra, visível da janela do quarto, até da cama (juro que parecia que o espectáculo era para mim; 10 minutos de puro prazer em plena madrugada, um céu negro vestido de cores garridas e quentes, capazes de aquecer o mais gélido dos corações, quanto mais o meu, feito de manteiga)...Não sei (?) a causa do bom- humor mas elevou- me o espírito num voo gigante de proporções inigualáveis, dificilmente sacudido pelos habituais problemas de trabalho ou de trânsito (este mês não se paga portagens na P. 25 Abril, Yupiii)!
Tamanha elevação da alma faz- me pensar como será a queda, então recordo com uma saudade imensa que me corrói o ser, aquela experiência única que aconteceu na minha vida há precisamente 6 meses: queda livre!
Subir num aviãozito a cerca de 4 mil metros de altura depositando toda a minha fé e a minha vida numa só pessoa, a que havia de puxar o cordel que nos iria salvar a pele e os ossos (para não dizer a própria vida) das escaramuças de uma aterragem forçada... ver os outros saltar do avião já é por si só assustador, mas garanto que estar dentro do avião provoca um abalo psicológico ainda maior!
O nervoso miudinho há muito que tinha tomado conta de mim (dias antes já o João Pestana demorava a chegar)... idas frequentes à casinha e um registo de pulsações que a maquineta não foi capaz de medir (contrariamente ao que se possa pensar não sentia o palpitar acelerado, simplesmente deixei de o sentir... como se o coração estivesse em "stand by", à espreita e à espera do que estava para vir)! Chegados aos desejados 4 mil metros de altura fui incapaz de vislumbrar o que quer que fosse... tudo era minúsculo na terra!
Fui a última a dar o salto para o vazio... é chegado o momento de balançar sentada à beirinha do avião e aí vamos nós... suster a respiração de susto, querer gritar um palavrão qualquer e não conseguir articular rigorosamente nada... 230 km's/h sem nada que me prendesse à vida, ao mundo e uma dose de adrenalina equivalente a 1l de café ingerido de um só trago (ou mais, sei lá!)... uma vontade oceânica de gritar ao mundo de pulmão aberto "I can fly"... como uma bala que atravessa um corpo, como um berbequim que fura o estuque, como um prego à beira da estrada que fura o pneu, como um mergulho numa piscina que afinal estava vazia... senti- me pesada e forte, leve e ágil avançando velozmente para terra!
Não há eloquência que nos valha para descrever aquela sensação orgásmica... o momento da queda livre, o arrepio na espinha, a alegria de existir e desafiar as leis da natureza! Não consigo caracterizar a dimensão da experiência por isso socorro- me do dicionário em busca do adjectivo certo... é bestial, fabuloso, formidável, utópico, estupendo... é das melhores sensações que o nosso corpo pode atingir!
E depois o momento de abertura do pára-quedas... o silêncio, a calmaria, a felicidade desmedida por nada haver a recear, o contraste de sensações: da velocidade estonteante carregada de adrenalina à flutuação serena que nos inunda de paz e jovialidade... a maior e melhor sensação de liberdade que alguma vez pude experimentar! E a tristeza por estar a acabar, por estar quase a pousar os pés em terra firme e estar de novo presa, enjaulada a esta condição de ser humano, racional, complicado e agarrado à vida no seu sentido mundano e e transitório!
É lugar- comum dizê- lo mas corro o risco de utilizar esse argumento trivial e repisado: quem me dera ter asas!
Se amanhã o meu espírito já tiver descido novamente à terra e se já estiver rendida ao mau- humor, só tenho que reler este escrito e rever as fotos e o vídeo, para de novo me elevar mais alto, mais leve e reviver a mais bela sensação de liberdade!
PS.: Passo a pub pois não recebo nenhuma comissão pela menção à empresa (limito- me a partilhar a emoção sentida), queiram visitar www.quedalivre.pt para também poderem experimentar a leveza da alma!
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