quarta-feira, fevereiro 01, 2006

A oeste, nada de novo!

Afinal estava certa, afinal a facada nas costas não foi assim tão surpreendente porque já era esperada. Pergunto-me como pude ser crédula ao ponto de sequer ter expectativas, de sequer equacionar a hipótese de ser verdade. Já devia saber que não se deve acreditar nas promessas de alguém que já nos falhou mais do que uma vez.

É assim que se perde a fé nas pessoas, é assim que se deixa de acreditar e se fica igual àqueles que se censura.

Agora há algo que não me deixa dormir, ansiei todo o dia pelo momento de fechar a porta de casa e esquecer o trabalho mas fecho os olhos e a respiração flutua rapidamente na almofada aquosa das estúpidas lágrimas, que não consigo conter, e isso deixa-me ainda com mais raiva. Quantas vezes mais serei iludida com falsas promessas (nas quais não acredito mas ainda me esforço por acreditar), quantas vezes mais terei força para continuar a lutar por aquilo que adoro fazer... estará próximo o dia em que irei finalmente perceber o sentido prático da vida e irei ter um trabalho das 9h às 5h do qual não irei gostar e que simplesmente irei esquecer depois de picar o ponto?

Há um grito que sinto preso na voz (não deixa de ser irónico), um nervoso miudinho que me consome e que me faz acender um cigarro atrás do outro enquanto bato com o calcanhar no chão... são situações que me embaraçam de recorrentes e das quais já não sinto vontade de falar, falta-me a coragem... sinto vergonha por não ser capaz de dar um murro na mesa e dar o assunto por encerrado.

Não me apetece exigir explicações porque essas sei que não justificam nada, porque não há nada que justifique as acções, a não ser a falta de consideração e de respeito pelas pessoas e pelo seu trabalho... não consigo deixar de pensar onde será que errei, terá sido na parte da dedicação, de vestir a camisola, de gostar da profissão e de abdicar de tanta coisa por ela... terá sido a parte da compreensão, da tolerância e da paciência? Talvez tenha sido demasiado permissiva com alguém que se julga sempre certo e que é 100% incapaz de repensar atitudes e pedir desculpa.

O pior é saber que não foi a primeira nem será a última vez que acontece, nem a mim nem aos outros!

Não quero conselhos, não quero discursos ensaiados, não quero pressões e mais pesos nos meus ombros (já vergam as costas de os carregar)... enfim, problemas todos temos!

Que se f&#*! Vou dormir.

2 comentários:

subarrios disse...

Sinto que não posso fazer muito por ti neste momento, mas espero que saibas que te apoio e estou cá para o que der e vier...

Rita disse...

Se soubesse que não precisas disso para viver, dizia-te já para os mandares à fava e irem faltar ao respeito a outras pessoas!! mas como não sei... mantenho-me quietinha...Força!