quarta-feira, abril 12, 2006

Depois da idade dos porquê's

Com a mesma curiosidade e expectativa de quando tinha 5 anos, achando que eu sabia tudo (apesar de a diferença de idades não ter assim tão grande), pergunta-me: "Mana, o que é o amor?", prossegue com as dúvidas, expondo os seus anseios à espera de que responda como sempre faço, mesmo quando não sei, mesmo quando tenho que fazer umas pesquisas e responder mais tarde.

Agora, tal como então, faço aquele ar sabichão de quem tem a resposta na ponta da língua mas não encontra as palavras para melhor a elucidar.

Fui para a cama a pensar nisso... há muito tempo que não pensava no amor; talvez ande demasiado absorvida pelas corriqueirices da vida, pelas trivialidades dos dias... a ponto de me esquecer daquilo a que muitos chamam de pieguices; na verdade sempre fui muito lamechas.

Adormeci com o amor na cabeça e durante a noite lembrei-me daquilo que me disseram uma vez... o amor é Deus! E continuei a dormir crente de que tinha encontrado a resposta.

Pode ser uma questão de semântica mas esta solução responde à pergunta "quem é o amor" e não à pergunta "o que é o amor". Tentei lembrar-me melhor da conversa que tinha tido com a pessoa que me disse que o amor é Deus e consegui... nunca fui muito dada aos assuntos da igreja e continuo a não ser, por isso achei a teoria muito bonita mas incapaz de responder pragmaticamente, como ela espera que eu faça, à dúvida dela.

Não vou dizer que o amor é falta de ar quando o outro não está por perto mas posso dizer que o amor é falta de ar quando o outro não dá notícias... o grau de envolvimento pode ser medido pelo tempo necessário para atingir a falta de ar: horas, dias, semanas. É totalmente proporcional, quanto menor for o espaço de tempo maior é o envolvimento. Talvez seja disparate medir o amor... porque é que me fazes sempre perguntas difíceis?

Sei lá... o amor é respeito, é confiança, é amizade, é desejo flutuante, é partilha, é dar e receber sem medir o que se dá em contraposição ao que se recebe. Se queres saber o que eu acho... sim, acho que o que tu sentes é amor mesmo quando duvidas que assim seja; porque o amor não é incondicional, porque , como tudo na vida, varia consoante a nossa predisposição para o aceitar como ele é!

1 comentário:

Rita disse...

Gostei muito da tua dissertação!! No fundo o amor só se sente, não se explica... daí a sua dificil explicação : ))