quinta-feira, abril 20, 2006

Aviso

Séries televisivas como Dr. House e ER - Emergency Room deviam ser antecedidas, intervaladas e seguidas daquelas mensagens de letras brancas em fundo preto do tipo: "as imagens, personagens e histórias em exibição são produto de ficção, não tente fazer isto em casa nem no seu local de trabalho!"

Acredito que os doutores portugueses, apesar de todo o mérito que lhes reconheço visto que eu não faria com certeza melhor trabalho do que eles, começam a denunciar sinais de alguma confusão na distinção entre o que é ficção e o que é realidade.

Serve o presente aviso, a afixar nos gabinetes ao lado das molduras das fotos de família, para esclarecer os médicos que sofrem dessa patologia em episódios recorrentes, nos seguintes pontos:

1. Os pacientes não são mentirosos, não sabem é expressar convenientemente a tipologia das suas maleitas e das dores que sentem; ou será que existe no mercado algum dicionário de senso comum das doenças com correspondência para a denominação real dos sintomas em linguajar medicanês? Exemplo: Dor no estômago semelhante a uma espécie de cãibra = gastrite. Se existe passamos a fazer nós o diagnóstico em casa e escusam os senhores de estudar uma porrada de anos!
2. Os pacientes não gostam de ser tratados como burros ou criancinhas incapazes de perceber o que nem sequer tentam explicar-lhes.
3. A única semelhança entre as obras televisivas e a realidade dos nossos hospitais é a bata branca que o Dr House passou a usar na 2ª temporada da série e alguns ténis com muito estilo que se vêem a circular ao fundo da bata dos estagiários que vão passeando o estetoscópio....
4. Nunca vi nas urgências médicos tão giros como o George Clooney!

O "sôtor" desculpe a impertinência mas o facto de ter queimado as pestanas a estudar anos e anos a fio não lhe dá o direito de fazer o que vê na tv, primeiro porque os protagonistas dessas séries têm uma taxa de sucesso na casa dos 95% (o que não acontece na vida a sério) e segundo porque são apenas actores muito bem pagos para decorar um guião e não devem perceber peva do que estão a debitar durante aquela 1/2 hora de programa, certo?!

O "sôtor" saiba que não somos pobres e mal agradecidos, pelo que reconhecemos o seu esforço em prol da saúde alheia. A falha deve estar no plano curricular do seu curso que devia incluir também dicas sobre como relacionar-se com o paciente sem o ofender!

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