Porquê eu?

Já sabia que o meu carro tinha desenvolvido um tipo de paixão enfurecida pelo "sô Vítor" (o mecânico) e já andava a estranhar a ausência de sinais que denunciassem mais uma visita ao doutor... e, sem surpresa, eles aí estão!

Numa operação caseira de mudança de óleo de motor e de verificação dos níveis aparece mais um prenúncio de avaria. Maldição! - exclamo enraivecida - Mais um mês de aflição e de tormento!

Ainda por cima o prognóstico, para além de reservado, é em alto grau desanimador. É possível que seja a junta da cabeça queimada. Ora, os meus vastos conhecimentos de mecânica deixam-me de antemão arreliada... se cabeça é um dos pontos vitais para o funcionamento de qualquer corpo e se queimado é, à partida, algo sem conserto... adivinha-se um cenário de despesa pouco confortável com um travo a acre!

Se juntarmos à junta (passo a redundância) da cabeça queimada, as babas de óleo que anunciam danos nos retentores, os discos da embraiagem mais gastos do que solas de sapato e o facto de o bólide ser imprescindível... hum (pensativa) não sei se ria, se chore ou se compre a lotaria!