quarta-feira, novembro 02, 2005

Importamos tradições

Já temos 3 dias por ano em que somos livres de tirar a máscara- o Entrudo- mas aparentemente não é suficiente e, como tal, lá importámos a tradição do dia das bruxas. Como diz o outro "Não acredito em bruxas, mas que as há, há"!

O comércio agradece a mais recente tradição do bruxedo e o pessoal sai à rua com mais uma desculpa para maçar os outros. Depois das bombinhas de Carnaval damos de caras com as bombinhas de fabrico caseiro e a receita é tão simples como aquecer um copo de leite no microondas: ácido moriático (à venda nas drogarias por ser muito utilizado na limpeza de sanitas) no fundo de uma garrafa de plástico, juntar pequenas bolinhas de papel de alumínio, agitar, atirar ao alvo e esperar alguns segundos pelo rebentamento. O resultado pode ser preocupante se o alvo atingido for um carro estacionado (arruína a pintura) ou se o rebentamento ocorrer em contacto com a pele!

Aviso a juventude cá do bairro que da próxima vez que vierem para a minha porta chatear a vizinhança com a bomba artesanal, pretendo retaliar com o também tradicional cocktail molotov! Ah pois é, bebé!- exclamo com um ar ameaçador num tom misto de Steven Seagull com Chuck Norris, prestes a aplicar um rotativo!

Se continuarmos a importar as tradições dos outros a este ritmo, um destes dias ainda deixamos de ter claques e adeptos nos estádios de futebol, para passarmos a ter loiras mamalhudas com cintos largos a fazer de saias (o que, confesso, deverá agradar a muitos meninos), empunhando ridículos pompons coloridos e soletrando os cânticos futebolísticos... "S-Ó... E-U... S-E-I" e depois em coro "Só eu seiiiii, porque não fico em casaaaaa!"

Ai... Portugal, Portugal... qualquer dia estás a leiloar a tua história pela internet para amealhar uns trocos!

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